sábado, 29 de setembro de 2007

Trivialidades de um país civilizado

Hoje ao telefone com uma amiga ela me diz que teve um pequeno acidente. Ao estacionar o carro do namorado bateu por acidente numa árvore (tive que me controlar pra nao fazer uma piada cretina sobre mulheres no volante). O carro, disse ela, sofreu só um arranhao e a árvore perdeu o casco no lugar da batida. O que me impressiona é que aqui na Alemanha, se voce bater numa árvore voce paga uma multa cujo valor depende do estrago na árvore. Além do seu prejuízo pessoal, vc tem que pagar pelo prejuízo no meio ambiente o que denota um respeito louvável pelo mesmo. A pergunta seria: E isso funciona na prática? Resposta logo abaixo.

Sabe qual foi a primeira coisa que ela e o namorado fizeram depois do pequeno acidente? Ir a polícia avisar que tinham batido na árvore e queriam pagar pelo dano. O dever nao é só das autoridades de fiscalizar, e sim do povo, e quando o povo se conscientiza disso, funciona.

Isso daria uma boa enquete: Quanto tempo vamos demorar pra atingir esse grau de civilidade?

- 10 anos
- 100 anos
- nunca

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Feeding the ghost

Susurrando pra nao incomodar a locatária:

- Ta?!
- Umrum, acho que sim...
- Pois é entao, registrando a ultima noite de Paquera na Alemanha e a gente vai gravar uma música que a gente fez aqui em meia hora, uma música muito xaropinha, estilo Kelly Clarkson rsrsrsrs
- rsrsrs, tem nada haver cara!

Um som de guitarra desplugada e um canto susurrado:

Wood-like glassy eyes
Mirror through paradise (a reflection)

She came running
Stopped by scanning to find me (such an illusion)

But just to think about it
I am on my knees
Just right off the bat
Just right off the bat

And I live inside of my mind
Where I can find you passing by
People may say that I've got a disease
And I laugh...

Só o som de guitarra agora...

- Esqueci de novo...Perai eu vou lembrar...

I cook the meal of the night
On the table two plates
For you and I
But you're not hungry today

Mr. Burrows shakes his head
Looking out of his window
"What the hell... The kid is feeding the ghost again!!"

And I live inside of my mind
Where I can find you passing by
People may say that I've got a disease
And I laugh, I laugh, I laugh...
To me.

- Tudo errado de novo...

sábado, 22 de setembro de 2007

Equilibrium

O sentimento foi um dos piores erros no design do ser humano, seja lá quem foi o engenheiro. Se é que teve um em primeiro lugar, coisa que eu nao acredito, pois qualquer engenheiro com o mínimo de bom senso nos deixaria livre dessa inutilidade. Geralmente gosto de dar argumentos pras minhas linhas de pensamento, mas no momento nao quero convencer ninguem só aceitar como uma verdade subjetiva.

Entretanto, se alguem achar uma utilidade legítima pra isso se sinta livre pra argumentar, e nao me venham com essa estória de amor, que tirando "amor" de pai e mae que tem uma razao biológica e evolutiva de ser, o resto é conto de fadas.

Eu nao sou radical nao, so realista, mas tb já acreditei em contos de fadas.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Novas Licoes

Falando em bom exemplo, que belo exemplo de civilidade alguns deputados deram recentemente ao tentar entrar a forca no plenário inclusive agredindo segurancas inocentes.

Licao 6. "Nao adianta dialogar, o negócio é sair na porrada".

O caso é que os segurancas nao tinham sido avisados que alguns deputados tinham tido permissao de entrar na sessao secreta de votacao do Renangate, e portanto, no cumprimento legítimo do dever, barraram a entrada dos "agitadores". O que ganharam eles por estarem fazendo a sua obrigacao? Porrada e soco na cara! Agora eu pergunto, como ter moral de cobrar civilidade e respeito da sociedade com esse tipo de exemplo dos próprios líderes?! E nao adianta colocar a culpa da falta de civilidade na ausencia de educacao formal da maioria mais pobre, pois com esse tipo de exemplo, que é cada vez mais rotineiro independente de classe social e intelectual, pode-se descuidadosamente, mas nao de todo erroneo, pensar que se trata de um comportamento endemico do nosso povo. Isso me faz lembrar uma conversa que tive com meu amigo Fozzie ano passado, justamente a respeito da civilidade (ou falta dela) do povo brasileiro. Ele tinha lido um livro, nao lembro agora o título ou o autor (se lembrar ponho um comentário com o titulo e autor depois), que dava argumentos hitóricos pra esse suposto "pensamento descuidado".

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

O Brasil do "bom" exemplo

A vida é de fato uma escola.

"Tu lembra de fulano de tal? Pois é, morreu ontem pois tentou reagir a um assalto."

Lição 1. Temos que nos conformar com a violência.

"Que nada rapá, molha a mão do cara que tu resolve esse problema rapidinho" ou "Hahaha, eu tava sem carteira, bêbado, dei vinte conto pro idiota do guarda e ele me liberou, esses sacanas só querem dinheiro."

Lição 2. Triste mas verdade, funciona na maioria das vezes. A pergunta é: quem seria mais corrupto?

"Eu tenho um amigo lá de dentro que vai colocar o meu processo na vez" ou "Um amigo meu coloca a gente pra dentro."

Lição 3. A ordem de chegada é um conceito atrelado ao grau de influência no recinto. Como pode haver justiça se nao há respeito?

"Tu é besta de dar dinheiro, esses meninos aí em vez de procurarem estudar só sabem cheirar colar, roubar e vagabundar."

Lição 4. Qualquer pedinte é vagabundo e ladrão.

"Eu não tô preocupado com a revolta do povo sobre o processo, se fosse comigo eu caía de bala", essa última eu ouvi da boca de um agregado de uma família politicamente influente no estado sobre o possível processo de impugnação do novo governador eleito.

Lição 5. A política ainda flerta com idéias e atos de barbárie.

Quem é brasileiro e nunca ouviu ou mesmo foi protagonista de nenhuma dessas frases que atire a primeira pedra. Quem será que também nunca fez ou viu alguém: jogar lixo no chão, urinar em vias públicas, fazer brincadeiras desagradáveis com garçons ou empregado(a)s, se vangloriar de atos de vandalismo (em menor ou maior grau) ou imoralidade, se vangloriar de bebedeiras com finais violentos, bater o carro e fugir, fazer gato pra não pagar energia elétrica, e etc. pois a lista é longa e distinta.

A verdade é que estamos inseridos numa inversão de valores, onde fazer espontanemante o bem e o correto é sinônimo de ingenuidade e fraqueza. Mas talvez, nos permitindo agora ser "ingênuos", assim como os maus exemplos, os bons exemplos também contaminem.

Como um exercício, tentemos imaginar uma única semana, na qual, em vez das tragédias costumeiras, os noticiários mostrem: como uma família desenvolveu um projeto para tirar e educar crianças de rua, ou como um caso foi resolvido com eficiência e em tempo hábil pela justiça, como certo jovem foi detido por tentativa de suborno e por dirigir perigosamente embriagado, como alguém foi multado por sujar a cidade ou por atentar contra o respeito e
pudor, como um funcionário foi sumariamente despedido por tentar privilegiar relativos ou como um político foi impiedosamente cassado por privar o povo de necessidades básicas.

Os bons exemplos existem, mas precisam ser mostrados. Como cultivar o otimismo no país se só o que se mostra dia após dia é desgraça? Precisamos de uma mídia sensível, consciente e pró-ativa. Uma mídia que entenda a noção e a importância de "equilíbrio" e "balanço" entre "bem" e "mal" de forma a ajudar na (re)construção de uma sociedade melhor.

Conversa fiada

Na verdade eu gosto de escrever no blog, ajuda a preencher a falta que as conversas simples fazem. Conversa fiada de mesa de bar onde se fala de política, das mesmas facanhas (cada vez mais exageradas) , bandas, filosofia barata, as vezes filosofia nao barata, mulheres e etc... Por isso cada vez que termino de escrever acho o post tao idiota que da vergonha.

Ainda no contexto de conversa fiada de mesa de bar, já que só falar nao adianta nada, fiz um post especial pro dia da independencia. Apenas alguns pensamentos transferidos de uma possível conversa fiada sobre algum aspecto do Brasil para o blog.