domingo, 17 de fevereiro de 2008

Uma solucao para o Brasil pt.2

Já que eu comecei vou terminar, apesar de tá com dor de cabeca. Vou até comecar mais cedo por causa dos blockbusters que passam na tv às 20:15, as melhores coisas dos domingos massantes daqui diga-se de passagem. Mas no próximo post quero falar de algo mais interessante, quero falar sobre o infinito sob um posto de vista científico. Já até me alegro a respeito pois o tema me fascina.

Como disse o Josias de Souza em um de seus posts recentes, a democracia do Brasil ainda está na infancia. Nao é difícil de checar a validade da afirmacao. O conceito de democracia pressupoe liberdade e igualdade e portanto implica no princípio de que todos sao iguais perante a lei. Mas na prática as leis brasileiras sao extremamente flexívies quando expostas ao dinheiro, influencia e conveniencia dos poderosos. Em outras palavras, só os pobres e honestos sao iguais perante a lei. Eu nao acho que preciso dar exemplos, mas se mesmo assim alguem insistir, basta ver o iminente escandalo dos cartoes corporativos. Há um site da CGU chamado portal da transparencia, um conceito extremamente democrático temos que admitir, mas assim que as investigacoes ameacaram expor os gastos do presidente e de sua família foi ordenado que as informacoes saíssem do ar por motivos de seguranca. Alguém cheira contradicao no ar?

Pois assim é permeada a nossa democracia, cheia de contradicoes. Outro exemplo é o voto obrigatório. Para o voto ser realmente democrático o direito de escolha tb deveria incluir a opcao de nao sair de casa. Porque é obrigatório entao? Conveniencia claro, pense bem, se o voto nao fosse obrigatório só votaria quem tem consciencia política ou interesses políticos. E portanto, a massa que é quem elege e quem geralmente nao tem consciencia ou interesses políticos, seria mais difícil de ser comprada ou manipulada.

Bom, o ponto que quero chegar é que o Josias tem razao e vislumbro como isso poderia ser usado para o bem. Para quem assistiu o filme tropa de elite, é mais ou menos o que o personagem Neto fez, ou seja, usar o "sistema" contra o "sistema". Usemos entao a infancia de nossa democracia pra disciplinar os políticos rumo ao pensamento coletivo.

Digamos que voce possui um hospital, mas quando voce está doente voce vai para outro hospital pois sabe que o seu tem condicoes precárias. Imagine que vc também possui uma escola, mas o seu filho nao estuda lá pois a qualidade de ensino e infra-estrutura oferecida é péssima. Além disso, voce tem uma empresa de seguranca, mas voce próprio contrata servicos de outra empresa pois a sua nao é eficiente. Meu amigo, voce é o cúmulo da incopetencia. É o que todos diriam ou nao? Esses sao os nossos políticos, apesar de serem os responsáveis pela saúde, educacao e seguranca, eles ou suas famílias usam servicos privados. Pq?! Porque os servicos que eles oferecem nao prestam. E ao fazer isso eles pregam um atestado de incopetencia na testa.

Juntando as pecas

Que se crie algo como "Príncipio de ética política", onde para ser admistrador público em qualquer nível, vereador, deputado e etc., é obrigatório o uso exclusivo dos servicos públicos pertencentes a sua instancia pelo político e seus familiares pelo período do mandato. Já ouco ecoando a contra-argumentacao: "mas isso fere a democracia, pois todos tem o direito da escolha". De fato, mas a nossa democracia mostra ter espaco para tais coisas, e entao usemos isso. E acreditem-me, a longo prazo isso faria a própria democracia amadurecer já que os políticos estariam verdadeiramente mais próximos dos seus "chefes", ou seja, o povo.

Última peca

Como argumentamos no início, os nossos políticos sao movidos por interesses pessoais. Se os seus familiares estudassem em escolas públicas, haveria um interesse direto para a melhoria da escola, beneficiando indiretamente as condicoes de ensino para os outros estudantes. Se os prefeitos e vereadores tivessem que usar o socorrao, nao haveria mais falta de materiais para operacoes de emergencia ou medicamentos básicos. A mesma coisa para qualquer servico público. Alguem poderia dizer que mesmo assim eles se valeriam de sua influencia para obter tratamento diferenciado, mas a diferenca é que isso seria feito diretamente sob os olhos do povo e portanto mais fácil de ser fiscalizado. Além disso, o fato de saber que pra entrar na política tem que cumprir esse princípio de ética, já filtraria de início um monte de candidatos mal intencionados deixando só os que realmente tem algum respeito pelo coletivo.

Claro que é muito improvável que isso venha a ser implementado algum dia, e claro que a idéia tem que ser melhor trabalhada pois ainda tem várias lacunas, mas as contra-argumentacoes pertencem ao leitor.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Uma solucao para o Brasil pt.1

Antes que alguem fale:

1 - "Lá vem o chato falar de novo do Brasil."
2 - "Nao gosta te muda bombom de alho."
3 - "E ainda por cima olha a ousadia do cara, nao é cientista político, economista ou ao menos sociólogo e quer propor uma solucao pro Brasil."

Eu já respondo:

1 - Eu sou chato mesmo, as vezes nem eu me aguento.
2 - O pior é que eu gosto, nao de bombom de alho, mas do Brasil.
3 - Nao sou mesmo, e na minha própria pesquisa tem horas que eu nao consigo achar solucoes pra problemas bem mais simples, mas assim como a música o blog é meu escape (ver post "Conversa fiada"). Entao puxe a cadeira, encha o copo e sinta-se livre pra argumentar. Bem-vindo ao meu bar.

Basta falar sobre política e alguem sai com uma opiniao pré-formada sobre o que deve ser feito para o Brasil deixar de vez a condicao de terceiro mundo. Uns falam que a educacao tem que ser priorizada, outros que mais empregos tem que ser criados, outros que a infra-estrutura tem que ser melhorada, outros que a corrupcao tem que acabar e etc... A lista é longa e distinta, e cada frente leva a uma possível solucao, mas eu quero me concentrar no aspecto político, pois um país que vai bem economicamente nao necessariamente se traduz em um país justo e civilizado, vide China, Índia e o próprio Brasil por exemplo.

Primeiro definimos o problema e depois juntamos os componentes necessários para atacá-lo. Nesse sentido, a primeira pergunta que se deve fazer é: o que leva uma pessoa (principalmente no Brasil) a seguir a carreira política? Eu diria interesses pessoais claro, basta ler os noticiários. Em outras palavras, melhorar a sua vida e a dos seus. Generalizo sem medo, pois o desvio padrao nesse caso é muito pequeno. Como exemplo, vejamos o nosso estado, o Maranhao, um dos estados mais pobres do Brasil. Qual o estereótipo de um prefeito de interior? Casarao, carros importados, geralmente pick-ups 4x4 (por causa da condicao das estradas) e apartamentos na capital para os filhos que geralmente estudam em universidades particulares. As condicoes da respectiva cidade nao mudam, mas o padrao do prefeito e sua família sim e rápido, basta assumir, o que nunca é justificado já que o salário de um prefeito é geralmente calculado com base na renda do município e portanto nao deve ser muito.

Quando o cuidar do público vira um bom negócio, uma legiao de aproveitadores se estabelece e se prontifica a manter o bom negócio funcionando.

Dessa forma o problema tá bem definido, há um ciclo vicioso de interesses pessoais que faz a máquina pública nao funcionar direito, e eu argumento que o que precisamos é de algo que quebre esse ciclo.

Antes de juntar as pecas para atacar o problema precisamos examinar alguns aspectos da nossa democracia, e como eu já to ficando cansado e hoje é domingo e vai comecar um filme bom agora, eu continuo o raciocínio no próximo post.